Estudantes do IFPA conquistam o primeiro lugar em Olimpíada Brasiliera de Cartografia e trazem ouro para o Pará
Estudantes do Instituto Federal do Pará (IFPA) campus Parauapebas garantiram o primeiro lugar na última etapa da Olimpíada Brasileira de Cartografia (Obrac). As atividades ocorreram no Rio de Janeiro, no período de 7 a 9 de novembro. A divulgação do resultado e a premiação ocorreram na sexta-feira, 10 de novembro. Eles receberam de prêmio uma viagem para Niterói (RJ) e São José dos Campos (SP), com tudo pago, livros, atlas, medalhas de ouro, troféu, bolsa de iniciação científica júnior CNPq e a garantia de publicação do artigo científico produzido durante a competição.
O feito foi dos estudantes do curso Técnico em Meio Ambiente Kawane Brenda Chaves Almeida, Lorenzo da Silva de Anunciação, Andrey Melo da Silva e Estevão Lucas Rodrigues e Sousa. Eles foram orientados pela professora Paula Resende Santos. “Participar e, sobretudo, vencer a Olimpíada Brasileira de Cartografia foi um feito altamente simbólico para nossa equipe. Com a temática 'Amazônia no Mapa', a conquista ganha um significado ainda mais especial, visto que somos uma equipe da Amazônia”, comemora a professora Paula Resende.
A agenda dos estudantes foi repleta de atividades. Eles chegaram no Rio de Janeiro, no dia 6 de novembro. No dia 7, foram para o Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense (UFF) para conhecer a equipe organizadora da OBRAC. Lá participaram de um minicurso sobre a Corrida de Orientação, fizeram o treinamento para a prova da corrida, foram conhecer o Projeto Realidade Virtual na Casa da Descoberta (UFF). Tiveram a oportunidade de conhecer o Clube de Astronomia situado no Terraço do Instituto de Geociências. No dia 8, pela manhã, participaram da Corrida de Orientação e à tarde foram para São José dos Campos (SP), onde passaram a noite. Dia 9 fizeram várias visitas e retornaram para o Rio.
Dentre as atividades desenvolvidas, os alunos do IFPA se destacaram na corrida de orientação, um esporte que mescla habilidades de corrida e navegação. Os competidores precisavam se guiar por mapas com auxílio de bússolas para percorrer uma série de pontos de controle. Esta atividade foi desenvolvida no Parque Natural Municipal Bosque da Barra.
Eles competiram com outras duas equipes ouro que também alcançaram ótima pontuação em âmbito nacional. As três equipes receberam uma viagem o Rio de Janeiro, onde foram desenvolvidas as atividades da terceira etapa da Obrac, e uma viagem para São José dos Campos (SP) para conhecer a Sala de Situação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que monitora e emite alerta sobre extremos climáticos e riscos de desastres –. Visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INEP), para melhor conhecer o Programa Queimadas; e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) para conhecer o Parque de Inovação e Tecnologia de São José dos Campos. Após as visitas retornaram para o Rio de Janeiro para finalizar as atividades, visitaram o projeto “Casa da Descoberta”, uma iniciativa da UFF que trabalha na prática os conhecimentos e conceitos de Física e Química, conhecer o resultado e participar da premiação. O IFPA competiu com equipes da Escola EEEP Maria José Medeiros de Fortaleza (CE) e da Escola SESC, de Cuiabá (MT).
Por conta de todas estas visitas e pelo contato com profissionais diversos, a professora Paula explica que a experiência na Obrac foi além da competição, pois proporcionou oportunidades únicas para os alunos ampliarem os horizontes. “As visitas ao Inpe e ao Cemaden abriram seus olhos para aplicações práticas do conhecimento adquirido em sala de aula. Essas experiências não apenas enriqueceram seu aprendizado, mas também demonstraram a relevância direta desse conhecimento no mundo real”.
As equipes elaboraram mapas sobre questões ambientais e aspectos históricos e culturais brasileiros. Cada equipe contou com orientação do professor técnico e de professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“A participação em olimpíada científica oferece oportunidades únicas e maravilhosas para nossa vida acadêmica. Eu avalio essa olimpíada de forma extremamente gratificante e enriquecedora, pois termos chegado tão longe na competição demonstra nosso esforço e dedicação. Foi uma jornada desafiadora, repleta de aprendizado e crescimento pessoal onde podemos perceber que não há limites para o conhecimento”, avalia a estudante Kawane Almeida.
Para o estudante Estevão a “Corrida de Orientação” foi a parte mais divertida e interativa da olimpíada e das avaliações. Uma atividade com foco na sustentabilidade e a preservação do meio ambiente que testou os conhecimentos dos participantes sobre mapeamento e direção, resistência e condicionamento físico. “A Obrac foi incrível. Foi uma experiência impressionante, por conta dos contatos com as pessoas que estão associadas aos estudos cartográficos e áreas semelhantes, além das visitas a institutos de pesquisas e muitas universidades”.
"Os conteúdos são muito legais e interessantes. O mapeamento foi a parte que mais gostei!! Com o mapeamento pude ter diversos conhecimentos na área de produção de mapas, imagens satélites e sensoriamento remoto”, explica Estevão.
O que é a Obrac?
A Obrac é uma olimpíada realizada de dois em dois anos, com o objetivo de promover a reflexão e percepção do mundo dos estudantes. É coordenado pelo Laboratório de Cartografia do Instituto de Geociências, da Universidade Federal Fluminense (UFF) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Empresa Litorânea De Transmissão de Energia S.A. (ELTE), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Secretarias de Educação de Saquarema e Itaboraí, o Instituto Federal do Pará (IFPA) com a professora Tatiana Pará Monteiro de Freitas integrando a comissão Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O tema desta edição foi “Amazônia no Mapa”. E contou com participação de 860 professores, e pelo menos 3,5 mil estudantes, de 345 escolas de todo o país, com idade entre 13 e 19 anos, do nono ano do Ensino Fundamental ao último ano do Ensino Médio das escolas das redes pública e privada. As atividades iniciaram em maio e encerrou agora em novembro.
A Obrac 2023 ocorreu em três etapas, subdivididas em duas fases. As Etapas I e II foram realizadas de forma remota, on-line, por meio da plataforma de ensino à distância Moodle. Foram realizados dois tipos de testes: teórico (Etapa I: Fases 1 e 2) e prático (Etapa II: Fases 1 e 2), e a Etapa III (fase 1) foi presencial no Rio de Janeiro. As despesas da viagem para o Rio de Janeiro e São José dos Campus foram custeadas pelo Projeto OBRAC.
O estudante Estevão relata que a primeira e segunda fases da Obrac 2023 foram teóricas, por isso as provas eram feitas por todos os membros da equipe e depois faziam os comparativos das conclusões sobre cada questão. Já na terceira fase, iniciou-se a parte prática que envolvia a produção de um vídeo com a temática escolhida. Então, como eram muitas atividades, eles decidiram dividir as tarefas, pois tratava-se de uma fase desafiadora. “Dividimos o grupo em três partes: edição do vídeo e gravações; gravação e roteirização −Nessa etapa contamos com ajuda de um amigo de nossa professora que nos ajudou bastante−; responsáveis pelo mapeamento da área que iríamos trabalhar”, detalha.
O vídeo desenvolvido pelos estudantes tinha o objetivo de divulgar o conhecimento e usar o estudo em favor dos ambientes ameaçados. Eles mapearam áreas de campos rupestres ferruginosos na FLONA Carajás em Parauapebas. Confira o vídeo clicando aqui.
Saiba como foi a fase de inscrição clicando aqui.
Saiba mais sobre a segunda fase clicando aqui.
Eles foram destaque na página do MEC confira aqui.
Para mais informações sobre a Obrac acesse: http://olimpiadadecartografia.uff.br/obrac-2023/