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IFPA oferta curso profissionalizante para Imigrantes e refugiados venezuelanos

  • Publicado: Sexta, 15 de Outubro de 2021, 20h23
  • Última atualização em Sexta, 15 de Outubro de 2021, 20h24
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Belém, (13/10/21) – O Instituto Federal do Pará (IFPA) iniciou, na última quarta-feira (13), o curso de Soldador com foco na capacitação profissional para o mundo do trabalho e inclusão social dos refugiados venezuelanos. Trata-se de um Projeto de Extensão do Campus Belém aprovado pela Pró-reitoria de Extensão. Será realizado com apoio da Fundação Papa João Paulo XIII (Funpapa) e da agência local do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). A aula inaugural foi realizada no Auditório Claudio Matni, localizado no segundo andar da Reitoria do Instituto, na Avenida João Paulo II.

Foram convidados para ministrar a aula o pró-reitor de Extensão Fabrício Medeiros Alho, o coordenador do projeto Dr. Hélio Antônio Lamera de Almeida, a analista socioambiental do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) Lanna Beatriz Lima Peixoto, o assistente de campo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) Gabriel Calil Maia Tardelli e o intérprete dos refugiados o José Albarrán López.

Na ocasião, o coordenador e idealizador do projeto professor Hélio Almeida explicou aos alunos um pouco sobre o curso e quais setores produtivos demandam os serviços do soldador no Pará e no Brasil. O Pró-Reitor de Extensão Fabrício Alho apresentou o IFPA, os campi e ressaltou a importância do empreendedorismo como alternativa de renda. Os representantes da ONU e do IEB ressaltaram o compromisso das instituições com esta iniciativa que atende ao interesse dos refugiados e imigrantes.

Para Lanna Peixoto este curso profissionalizante é uma oportunidade a mais para dialogar sobre o mundo do trabalho no Brasil e conhecer como é o mundo do trabalho na Venezuela. Durante a aula, ela explicou como é a atuação do IEB no Pará junto aos indígenas Warao. O IEB promove diálogos, realiza oficinas e faz diagnósticos para melhor entender as demandas dos refugiados. Vem atuando de forma a contribuir, auxiliar e acompanhá-los.  Ela avalia que esta parceria do IFPA com o IEB possibilitará explicar como funciona a legislação trabalhista no Brasil, falar sobre a cultura brasileira e venezuelana de forma a facilitar a troca de conhecimento e a profissionalização desta população.

Lanna Beatriz ressalta que o curso é uma demanda dos venezuelanos. “Eles querem participar. E por isso estamos aqui para abraçar esta ideia. Que este seja o primeiro de muitos cursos a abrir as portas para os waraos se inserirem nas instituições de ensino do Pará. Esta troca de conhecimento é muito importante. Eles têm uma diversidade incrível de conhecimento, identificamos que já desempenharam mais de 40 atividades laborais. Esta ação do IFPA ajudará na inserção produtiva e social destas pessoas em nosso país. É importante que tratem os indígenas com respeito e com dignidade. Iniciativas como estas são fundamentais para promover a interação, diálogo saudável e produtivo”, esclareceu.

Fabrício Alho ressalta que a extensão é a principal interface do IFPA com as comunidades externas, é um elemento formativo importante para os alunos e um diferencial dos cursos ofertados pelo instituto. Tem potencial para induzir que os projetos aconteçam de forma a promover o compartilhamento de conhecimento e repasse de tecnologia sociais. Permite o fortalecimento da relação com os setores produtivos e o mundo do trabalho. Promove a imersão destes sujeitos no mundo das empresas privadas.  “Este curso de soldador é projeto de extensão. Por meio dele esperamos que os refugiados tenham uma perspectiva de trabalho em nosso estado. Não basta ensinar uma técnica, mas facilitar, via Centro de Idiomas, o aprendizado de línguas. Sempre na perspectiva de fazer da educação um território de transformação”, afirmou o pró-reitor.

O pai de família, Euclides González, 40, contou em espanhol que veio da Venezuela porque a situação lá estava muito ruim, não havia trabalho e nem comida. Lá ele trabalhava com reparo de ar condicionado e eletrônicos. Antes de chegar ao Pará, passou por Roraima, mas não conseguiu trabalho lá. Aqui também encontrou muita porta fechada por falta de conhecimento e nenhum certificado que comprovasse formação. Sobre o curso está esperançoso e ressaltou que espera por curso de Português, pois a língua é mais uma barreira enfrentada no dia a dia. “Acredito que este curso seja um passo muito importante para abrir as portas do trabalho para nós. Será uma nova oportunidade de ter conhecimento”, enfatizou o venezuelano.

O intérprete José Lopez explica que o curso de soldador abre a possibilidade para os waraos empreenderem. Mas, para isso, precisarão também romper com a principal barreira para qualquer migrante que é o idioma do novo país. Sobre isso, o professor Fabrício Alho explicou que a Proex já começou a planejar a nova oferta do curso de Língua Portuguesa para imigrantes e que em breve deve divulgar novos editais. 

Seleção dos alunos

Para compor a turma, a proposta do curso foi apresentada pelo IEB aos refugiados e imigrantes abrigados nos bairros Tapanã e Outeiro em Belém.  Ao todo foram ofertadas trinta vagas que foram preenchidas por adesão.

Soldador

O curso de Soldador será ofertado no Campus Belém. Terá uma carga horária de 110 horas que poderá chegar a 240 horas com conhecimentos de Eletrodo Revertido. Está dividido em dois módulos, um teórico e outro prático. Serão oito horas semanais, com aulas em dois dias da semana, quarta e sexta, no período matutino (8h30 às 12h30) e vespertino (14h às 18h). O transporte dos alunos ficou sob responsabilidade da Funpapa e Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster).

Ao final do curso, os alunos saberão classificar os processos de soldagem, as terminologia da área, terão conhecimento de higiene e segurança na soldagem, identificar os tipos de eletrodos, funções de revestimento; saberão distinguir os tipos de eletrodos, fontes de soldagem, amperagem, processo de corte a plasma; terão habilidades e conhecimentos para manusear os equipamentos de soldagem, os equipamentos de corte a plasma, preparação das chapas para soldar, limpeza e corte das peças, abertura e manutenção do arco elétrico, ponteamento das chapas, soldagem de filete na posição plana e horizontal, soldagem simples deposição e posição plana. Conhecerão as leis trabalhistas brasileiras e um pouco mais sobre a cultura brasileira.

“Esta é a realização de um sonho para o campus Belém, estamos contribuindo para levar formação profissionalizante até àqueles que têm dificuldades de acesso à instituição. O IFPA tem a missão de proporcionar educação profissionalizante à comunidade e para isso realiza articulações com as instituições governamentais e setor privado. Por meio da extensão estamos transpondo os muros da instituição”, explica professor Hélio de Almeida sobre o curso de Soldador.

Professor Hélio explica que 10 alunos do curso Técnico em Mecânica e dois de Engenharia de Materiais serão os monitores das duas turmas, darão suporte aos professores. A monitoria funcionará como estágio e uma oportunidade para colocar em prática os conhecimentos. 

IFPA já ofertou Língua Portuguesa

O IFPA já havia ofertado um curso de Língua Portuguesa para refugiados não indígenas em 2019, porém, com a pandemia, o curso foi interrompido. Com a ampliação das vacinas e a redução dos números de contágios e mortes por Covid-19 no Pará, a Proex estuda retomar a oferta do curso.

 

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