Capacidade de solubilização de fosfato por bactérias é tema de artigo de professor do IFPA
Estudo iniciado em 2018 comprova que os líquens coletados na região marítima da Antártica são repositórios naturais de bactérias solubilizadoras de fosfato com potencial de uso biotecnológico na agricultura. Um artigo sobre esta pesquisa foi publicado pela Revista Extremophiles da Editora Springer em 26 de fevereiro de 2021.
A pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL, processo 433388/2018-8). E é resultante da parceria entre pesquisadores de instituições de ensino de quatro regiões do Brasil: no Norte: Jakson Leite do Instituto Federal do Pará (IFPA); no Nordeste: Averlane Vieira da Silva, Adeildo Junior de Oliveira, Alysson Wagner Fernandes Duarte, Ithallo Sathio Bessoni Tanabe, José Vieira Silva, Tiago Wallace da Silva Barros, Mayanne Karla da Silva e Paulo Henrique Barcellos França da Universidade Federal de Alagoas (UFAL); no Sul: Jair Putzke da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e no Sudeste: Rosalinda Montone da Universidade de São Paulo (USP), Valéria Maia de Oliveira da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Luiz Henrique Rosa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Professor Dr. Jakson Leite, que atua na área de agronomia no IFPA campus Itaituba, esclarece que o artigo publicado recentemente ressalta o fato das bactérias solubilizadoras de fosfato serem recursos naturais com potencial para uso nas lavouras agrícolas, podendo contribuir para a melhor eficiência do sistema de produção e garantia de uma agricultura mais sustentável.
As bactérias utilizadas neste estudo foram previamente isoladas de amostras de líquens coletados na Antártica marítima durante expedições realizadas em 2015 e 2016 pelo líder da pesquisa, Professor Alysson Duarte da UFAL.
Há várias pesquisas sobre solubilização de fosfato sendo desenvolvidas nas universidades brasileiras, no entanto, professor Jakson Leite esclarece que esta pesquisa traz novidades. “A verificação da capacidade das bactérias associadas aos líquens da Antártica solubilizarem o fosfato (P) inorgânico a baixas temperaturas evidencia que elas podem estar contribuindo para a nutrição mineral dos liquens que crescem sobre as rochas do continente gelado. No cenário agrícola, estas bactérias podem solubilizar o fósforo (P) que está fixado no solo (insolúvel) e torná-lo disponível para as plantas. Isso permite que as plantas possam acessar o P que está fixado no solo, diminuindo as demandas por adubos fosfatados”, ressalta.
O artigo detalha toda a metodologia adota pelos pesquisadores para identificar as bactérias e a origem de onde foram isoladas. Aponta, por meio de mapa, os locais onde foram coletadas as amostras de líquens. Apresenta o processo de seleção das bactérias com base no grau de solubilização de P encontrado em diferentes temperaturas. Todos os resultados obtidos são demonstrados em gráficos e tabelas.
Para saber mais, leia o artigo: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00792-021-01220-5