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IFPA lança projeto para reconhecimento do cacau Tuerê

  • Publicado: Quarta, 07 de Junho de 2023, 16h48
  • Última atualização em Quarta, 07 de Junho de 2023, 16h48
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Professores e alunos do Instituto Federal do Pará (IFPA) do campus Marabá Rural e campus Castanhal aprovam projeto de diagnóstico sobre o potencial de registro de Indicação Geográfica (IG) em Chamada Pública realizada pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), do Ministério da Educação (MEC). A proposta foi submetida pelo Núcleo de Inovação e Transferência Tecnológica (NITT) do IFPA ao Edital 3 de 2022 do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). O resultado foi publicado dia 16 de maio.

Habilitada como a terceira melhor entre 72 propostas submetidas pelos institutos federais do país, a “Análise do potencial de indicação geográfica para o cacau Tuerê” tem por objetivo alcançar o reconhecimento desse produto junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) com base em atividades de pesquisa, extensão, estímulo ao empreendedorismo e à inovação no assentamento Tuerê, localizado em Novo Repartimento, Pará.

As características de solo, água, clima, condições de cultivo e manejo do cacau produzido pelos produtores do assentamento Tuerê resultam em um produto com sabor e aroma intenso, equilibrado e complexo, com um leve toque de amargor, com compostos voláteis que conferem um aroma característicos da produção de amêndoa desta região da Amazônia. Com uma textura suave e cremosa que o torna ideal para a produção de chocolates sofisticados e de alta qualidade.

O cacau do assentamento Tuerê é resultante de um contexto da agricultura familiar com baixa utilização de insumos, o que confere pureza e qualidade ao produto final. Colhido de forma manual, passa por um processo rigoroso de seleção e fermentação que acentua suas características sensoriais. O assentamento é situado no município de Novo Repartimento na região da Rodovia Transamazônica. Uma região relacionada à tribo indígena Parakanã e banhada pelas águas do rio Tocantins e da barragem Tucuruí.

Equipe

O coordenador do projeto é o professor do IFPA campus Campus Rural de Marabá (IFPA /CRMB), Danillo Henrique da Silva Lima. E a equipe é composta pelos estudantes extensionistas do IFPA /CRMB, Nadson Henrique Souza Bezerra, João Rycardo Lopes de Sousa e Miriam Mikaely Sousa dos Santos.  Por três estudantes voluntárias, Ana Clara Alves dos Santos, Anna Julya de Oliveira Vasconcelos e Verônica Lima da Silva. Dois voluntários externos ao campus, a professora engenheira de alimentos do IFPA campus Castanhal com expertise em beneficiamento de amêndoa de cacau, Lara Lima Seccadio, e Ney Ralison Silva de Oliveira que é o presidente da Cooperativa de Reflorestamento e Bioenergia da Amazônia (Coopercau). Os estudantes cursam Técnico em Agropecuária, Técnico em Agroindústria integrado ao ensino médio e nível superior em Tecnologia em Agroecologia.

Para a aprovação da proposta, foi considerada a experiência do professor proponente do projeto. Professor Danillo Henrique é médico veterinário e já realizou projetos de pesquisa e de extensão nas áreas de inseminação artificial em bovinos, diagnóstico de brucelose e tuberculose em bovinos, manejo sanitário de frangos caipiras em sistemas de produção da agricultura familiar na Amazônia, planejamento estratégico (SWOT) e plano de ação com ferramentas de melhorias para empresas impactadas pela pandemia.

Por que o cacau do assentamento Tuerê está sendo analisado?

A Indicação Geográfica (IG) é um mecanismo de propriedade industrial que conferem as características que distinguem um determinado produto com base na origem geográfica e de territorialidade. Para alcançar esta meta com o cacau Tuerê, o IFPA firmou parceria com a Cooperativa de Reflorestamento e Bioenergia da Amazônia (Coopercau) - uma das instituições atendidas pelo projeto de extensão desenvolvido pelo IF na região. E o resultado do diagnóstico desenvolvido pelos estudantes e pesquisadores revelou a necessidade de fomentar o cooperativismo, incentivar a produção de cacau e contribuir para ampliar o beneficiamento de amêndoas de cacau no município de Novo Repartimento.

Professor Danillo Henrique explica que a ideia de trabalhar a IG do cacau Tuerê surgiu da identificação da demanda e do potencial da Coopercau em obter o selo para a amêndoa que já obteve premiações nacionais e internacionais. Outras razões para a realização do projeto são a possibilidade de angariar bolsas de extensão para alunos do campus Marabá Rural e a necessidade de valorização e agregação de valor aos produtos agropecuários da Amazônia.

O projeto está em fase de elaboração de Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Federal do Pará (IFPA), o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FACTO). Seguindo o cronograma do Edital, as atividades do projeto iniciarão em agosto de 2023: apresentação do projeto para a cooperativa e os produtores por ela atendidos; aplicação de diagnóstico para entender o potencial de IG das amêndoas de cacau; caracterização do processo de fermentação das amêndoas de cacau realizado pelos produtores do Tuerê; realização de análise laboratorial de parâmetros físico-químicos das amêndoas; realização de evento para divulgação dos resultados do projeto e promoção do cooperativismo na região como forma de incentivar o ingresso de cooperados, entre outras atividades.

Qual a importância do selo de identificação geográfica?

Para o professor Danillo Henrique, o selo de IG proporciona muitos ganhos para os produtores e todos os agentes da cadeia produtiva de amêndoa de cacau. “O selo trará a valorização do produto regional; agregação de valor ao produto, conferindo maiores margens de lucro aos produtores; maior visibilidade do produto no Brasil e no mundo; possibilidade de contribuir com o alcance a novos mercados, inclusive através da exportação a outros países; contribuição para atração de investimentos na região”, afirma.

“Entendo que a obtenção do Selo IG promove ampliação da visibilidade e garantia da segurança de qualidade das amêndoas de cacau Tuerê, conferindo autenticidade do produto, valorização das pessoas e da região responsáveis por produzi-lo e possibilidade de contribuir com métodos de rastreabilidade do produto, o que favorece o consumidor final. Portanto, através da obtenção do Selo, acredita-se que haverá uma diminuição da barreira de produção das amêndoas. Ao conseguir o Selo, provavelmente isto servirá de incentivo para que mais instituições/organizações possam buscar o mesmo para seus produtos”, esclarece o professor Lima.

Confira matéria produzida sobre o cacau Tuerê em Novo Repartimento:

https://www.youtube.com/watch?v=cK0NKPv03lQ

https://www.instagram.com/p/Clgej7uLmjN/?igshid=MDJmNzVkMjY=

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