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Mulheres fazem história no JIFs

Seis delegações tinham professoras de educação física à frente das equipes

  • Publicado: Sexta, 06 de Julho de 2018, 10h45
  • Última atualização em Terça, 10 de Julho de 2018, 16h33
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A etapa estadual dos Jogos dos Institutos Federais (JIFs), organizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), também é forma de resistência feminina na luta por espaço no mundo dos esportes. Além da professora de Educação Física, Andrea dos Santos Azevedo, coordenadora geral da Etapa Estadual dos JIFs há quatro anos e das atletas que participam de várias modalidades femininas, a competição contou com a participação ativa de outras oito mulheres na chefia das delegações. No IFPA campus Abaetetuba a coordenação da delegação esportiva ficou a cargo de Josiane Morais Marinho, IFPA campus Altamira sob a responsabilidade de Larici Keli Rocha Moreira, IFPA campus Bragança sob o comando de Loyana da Costa Souza, IFPA campus Castanhal foi acompanhado por Shirley da Silva do Nascimento, IFPA campus Marabá Industrial sob o comando de Alzete Paz, IFPA campus Conceição do Araguaia com as professoras Adrieny de Oliveira e Michele Rocha e o IFPA campus Itaituba sob a liderança de Eliana da Silva Coêlho Mendonça.

A técnica Shirley Silva do Nascimento, uma das professoras de Educação Física do campus Castanhal, explica que participa dos jogos estudantis desde que entrou para o Instituto em 2010, na época, a competição tinha outro nome. “Eu sempre fui atleta de futsal. Para jogar, consegui bolsa de estudos no Colégio Moderno. Desde então, pela minha própria história, reconheço o quanto o esporte pode contribuir para a vida pessoal e profissional de um atleta. Quando se fala de uma mulher assumir o futsal, estar a frente de uma equipe, ainda sofremos muitos preconceitos. Sofremos até conseguir credibilidade. Se observar, percebemos que nós não temos tantas mulheres à frente das equipes de futsal. Fiquei por algum tempo à frente da Educação Física Masculina e Feminina. Há dois anos, veio um professor de Marabá Industrial que assumiu junto comigo. Hoje, a classificação de nossas alunas para a final de futsal foi uma superação. Eu sei o potencial que elas têm, a força de vontade delas. Temos que entender, que por vezes, por um momento de nervosismo, alguma dificuldade que se enfrente, a gente não consegue fazer os gols. Essa superação é o que me contagia, é bom vê-las superarem os limites que elas têm. Isto eu acredito que seja fundamental”.

“Precisamos aprender com os erros. Muitos alunos vêm com muita vontade de ganhar, acompanham o sacrifício de seus professores, querem ganhar para dar-lhes esta felicidade. No jogo, no esporte, sempre alguém perde, mas nem sempre o resultado do placar é de fato a conquista. O placar é um resultado que não reflete necessariamente a qualidade técnica das atletas. Mas, o que você ganha com a participação na competição é muito maior. Nossos meninos vieram da campanha passada sem ganhar nenhum jogo. Aqueles que perdem a idade, que não podem mais vir, eles incentivam os que estão vindo agora. Os que já têm experiência contagiam os demais. Acredito que derrotas e vitórias é um ciclo. A gente precisa aprender com as derrotas. Como professora, a gente sente a tristeza deles. Eu, particularmente pelo campus, fico muito feliz de estar na final, pois eu sei da frustração de muitos anos, e poder hoje chegar à classificação da etapa estadual do JIFs, é uma realização muito grande”, garante professora Shirley.

Além da parte emocional, o cansaço e outros fatores determinam a vitória ou a derrota. A maioria dos times que vem do interior conta com atletas participando em mais de uma modalidade, o desgaste é muito grande até a final. “Que alunos e professores possam perceber as próprias fragilidades, sejam unidos independente do resultado. Que os erros, fragilidades, sejam tomados como lição, para no próximo ano voltar fortalecidos. Manter a união e o respeito dentro da equipe é o maior desafio de um professor. Considero importante, fazer com que os alunos sintam-se unidos na vitória e na derrota, que se sinta acolhido”, completa Shirley.

 

As mulheres vêm conquistando espaço

Professora de Educação Física do IFPA Campus Abaetetuba, Josiane Morais Marinho, explica o que é importante para conquistar placares espetaculares. “No ano passado, o Campus Abaetetuba não conquistou medalhas no futsal masculino. Este ano, nossos alunos vieram mais unidos, mais preparados e focados na competição. JIFs para eles foi competição, não entraram em quadra para brincar. Ontem, sexta-feira, tivemos um jogo muito difícil, mas conseguimos melhorar. Hoje, eles chegaram com sede de vitória, vieram para conseguir a medalha que faltou no ano passado. O segredo é estar focado, unido e vir ao Estadual fazer o que foi treinado para ser feito: jogar e não passear”.

Sobre a figura feminina como técnica, Josiane ressalta que as mulheres vem ganhando credibilidade. “Temos a professora Shirley que também é técnica. Estarmos à frente de equipes masculinas ajuda a quebrar um tabu, provar que futebol não é coisa só de homem. Tenho professores que me ajudam, mas nós estamos aí para quebrar o protocolo de que mulher tem lugar específico para estar. Mulher pode estar onde desejar, ela tem competência para o que desejar”.

Para Manaus, Josiane traça uma estratégia com a equipe técnica do time campeão. “Os treinos não vão parar em julho, vamos nos preparar até a véspera da competição. A próxima etapa será no final de agosto. Pretendemos manter o time como está, vimos que funciona e dá certo. Nós decidimos não liberar os atletas para futebol de campo, pois é muito desgastante e Manaus é muito quente. O foco agora é treinar nas férias e em agosto”.

“Nossa equipe de tênis de mesa, alguns do atletismo e natação garantiram o primeiro lugar aqui na etapa estadual. Fomos, também, tricampeões em tênis de mesa. Estamos felizes, pois pelo menos umas 15 vagas são do Campus Abaetetuba”, ressalta Josiane as conquistas de sua delegação no JIFs.

 

Texto: ASCOM IFPA Reitoria

 

 

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