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Pesquisadores do IFPA Bragança estudam neurogênese em espécies de aves migratórias

  • Publicado: Segunda, 12 de Junho de 2017, 21h36
  • Última atualização em Terça, 13 de Junho de 2017, 15h56
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São cerca de 5.300 km de rota migratória, o que soma um percurso de pouco mais de 10.000 km por ano, essa é distância percorrida pelos maçaricos migrantes, espécie que está sendo estudada pelo Laboratório de Biologia Molecular e Ambiental, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), Campus Bragança. Como resultado, constatou-se que o processo migratório gera novos neurônios em animais selvagens, em um período de repouso posterior à migração.

É a primeira vez que esses dados são gerados em animais selvagens que usam longos voos, sem parada, em sua rota migratória. O estudo teve início em 2014, quando os pesquisadores Cristovam Diniz e Nara Magalhães faziam suas teses de doutorado, com cooperação do Canadá. A pesquisa compara dois maçaricos migrantes, com estratégias de migração diferentes, um por cima do continente e outro por cima do mar, sem pousar pra nada. Ambos saem do Canadá, por duas rotas diferentes e chegam no mesmo ponto, no Brasil.

O pesquisador Cristovam Diniz explica que optar por estudar animais selvagens incide diretamente sobre os resultados da pesquisa. “Com a introdução de animais selvagens em pesquisa científica aumentamos a confiabilidade dos resultados que em alguns casos são alterados pela manutenção dos animais em cativeiro, diminuímos o viés produzido pelo cativeiro e somos capazes de comparar os efeitos de diferentes tipos de exercício em diferentes animais”, explicou.

A pesquisadora Nara Magalhães conta que a região norte é porta de entrada de muitas espécies migratórias, já foram registradas aqui mais de 40 espécies, que se reproduzem no hemisfério norte e utilizam a região das ilhas da costa norte para descanso, alimentação, troca de pena e para ganhar reservas energéticas e continuar o processo migratório. Para Cristovam Diniz, estudar o comportamento dessas aves e as suas alterações cerebrais pode trazer grandes avanços à sociedade. “Quando conseguimos entender melhor os mecanismos que sustentam a neurogênese damos passos importantes em direção ao tratamento de doenças como Alzheimer, Parkinson e o tratamento de lesões cerebrais”, explica o pesquisador.

Outro resultado gerado pela pesquisa diz respeito ao equilíbrio das espécies, todos os pássaros estudados estão em declínio populacional. Durante o estudo, o grupo de pesquisadores constatou que os cachorros abandonados nas ilhas representavam o maior predador dessas espécies. Tendo isso em vista, os pesquisadores passaram a controlar a população canina do lugar, em cooperação com outras instituições, como a Sociedade Protetora dos Animais e a Organização Não Governamental (ONG) Veterinários Sem Fronteiras, desde então, os animais estão sendo castrados nas ilhas, o que tem diminuído o impacto dos cães sobre as aves.

De acordo com Cristovam Diniz, essas ações geram impactos que vão além da preservação das espécies. “No campo da conservação, a identificação das causas de declínio populacional são importantíssimas para a conservação dessas espécies e para a implantação de planos de manejo que podem utilizar esses dados para o aproveitamento econômico de ecoturismo nas comunidades locais”, defende.

 

Publicação em revista internacional

A pesquisa também mostrou que o Maçarico rasteiro tem pico de produção de novos neurônios durante a invernada na América do Sul e não durante a migração da tundra canadense, como os pesquisadores pensavam. A descoberta rendeu uma publicação na Revista Plos One, importante periódico científico internacional. O trabalho contou com a participação de professores e alunos pesquisadores do IFPA Campus Bragança.  

O trabalho não vai parar nesses resultados, os pesquisadores pretendem seguir com o estudo, a fim de tomar outros rumos e gerar novos resultados. O objetivo é criar estratégias de conservação e ajudar na criação de políticas públicas para o aproveitamento econômico e a conservação dessas espécies. Para ter acesso aos artigos e dados que já foram gerados a partir da pesquisa, basta clicar nos links:

 

Revista Plos One: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371%2Fjournal.pone.0179134

Scielo: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-879X2016000100603HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-879X2016000100603&script=sci_arttext"&HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-879X2016000100603&script=sci_arttext"script=sci_arttext

Revista da Biologia: http://www.ib.usp.br/revista/system/files/v16f1_1.pdf#page=29

Vídeo sobre a pesquisa: https://www.youtube.com/watch?v=BHep-kyD_0M

 

Texto: Lívea Colares - ASCOM IFPA Reitoria

 

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